quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

 

Paula Rego é o grande nome da arte contemporânea de Portugal. Na Bienal de São Paulo temos Carlos Bunga, Pedro Costa e Pedro Barateiro. Como está a arte em seu país em relação a outros países? Que outros nomes se destacam?

Sim, hoje é unânime que entre nós, portugueses, Paula Rego é a grande referência na arte contemporânea embora seja importante lembrar que ela reside em Londres. Porém não podemos esquecer Júlio Pomar, outro nome cimeiro da arte portuguesa, com atelier em Lisboa/Paris; Costa Pinheiro que viveu na Alemanha e em França. Não sei se a mãe pátria é madrasta para com os seus filhos mas, o que acontece, é sempre no exterior que os artistas portugueses são reconhecidos e só mais tarde no seu país. O reconhecimento de um modo geral é feito de fora para dentro.

Existe hoje em Portugal um leque de imensa qualidade e diversidade de grandes artistas plásticos com obra reconhecida além fronteiras. Entre tantos e sem querer ferir sensibilidades destaco alguns: Julião Sarmento, Jorge Martins, David Almeida, Pedro Cabrita Reis, Joana Vasconcelos, Ângela Ferreira, José Pedro Croft, Rui Chafes, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Francisco Tropa, André Cepeda, António Gonçalves …

 

 

Há algum auxílio do governo no desenvolvimento dos artistas?

Existem alguns organismos, ligados ao estado, cujo seu papel deveria ser o de apoiar os artistas portugueses porém, a obtenção desses apoios torna-se complexa sendo para isso necessário algum engajamento, estar integrado na rede político-social... Quem não faz parte da máquina obviamente fica fora do circuito.

Existe a Fundação Calouste Gulbenkian que trouxe a Portugal um enorme arejamento e apoio à cultura. Acontece que o Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian vai ser extinto no final de 2010 no âmbito de uma reestruturação interna. É o fim de um serviço criado há 50 anos para apoiar as artes plásticas, visuais e performativas. Em 2006 a Gulbenkian, já no âmbito de uma reestruturação que a instituição tem vindo a efectuar, extinguiu o Ballet Gulbenkian.

Creio que o estado tem o dever e a responsabilidade de apoiar a cultura do seu país embora os artistas também não devem ficar de braços cruzados à espera…

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